terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mamando na tetinha

Se há uma coisa que o Governo brasileiro pode se orgulhar é da teta – vulgo seio. As tetas de Brasília estão para os bebezões beberrões corruptos como as latas de NAN estão para as crianças de colo. É uma nutrição que, olha, benza Deus. O tetão de Brasília faz muita mulher fruta abandonar o decote quando chega na rodoviária da Capital Federal – motivadas pela concorrência desleal, claro. É leite que não se acaba, minha gente. De onde sai todo o precioso líquido, parece que tem muito mais – e cada vez surgem mais interessados em fazer uma boquinha. E olha que a nossa sorte é que a presidente é a Dilma Rousseff, porque, se fosse a Marcela Temer, haveria bem mais pessoas querendo mamar nas tetas do Governo. Compare:



A vice-primeira-dama, ao que parece, entretanto, não faz questão de tomar as rédeas do poder. Só quer mesmo é cuidar do maridão 43 anos mais velho, Michel Temer. Como é bonito ver o amor verdadeiro, né?

A bola da vez é o Ministério dos Transportes, alvo de inúmeras denúncias de corrupção. Toda semana sai uma denúncia nova publicada pela Veja – não que esta seja uma revista partidária (risos). As demissões estão ocorrendo em uma velocidade tão alta que até faz falta uma blitz da Polícia Rodoviária Federal nos Transportes. O bafômetro nem precisaria levar, já que Lula deixou a Presidência ano passado.

Honestamente? Não sei se sobra alguém. É tanto ladrão de dinheiro nessa pasta que, em mim, o pessoal do Santa Augusta já nem mete mais medo. Até porque o pior tipo de bandido é aquele que a gente não pode identificar. Sem cicatrizes no rosto, marcas de tiro no abdômen e corações tatuados no braço com o nome da mãe, fica difícil de a gente saber quem é criminoso ou não em Brasília. E a teta segue nutrindo...

O pior é que ninguém faz nada. Eu, se fosse “O Justiceiro” de Balneário Arroio do Silva, nem perdia meu tempo com peixe pequeno. Para que se incomodar com a morte de um Zé Ninguém, se você pode se incomodar com a morte de um Zé Sarney, por exemplo? Mas cada um faz a sua escolha, sempre digo.

Como quem não chora não mama, o jeito é a corja do Congresso toda apelar para o berreiro. Sem o leite quente – leia-se propina –, os projetos simplesmente não andam na Casa que, sejamos francos, poderia chamar-se Zona. E cada novo faz-me rir me faz chorar...

O problema do Brasil é que aqui é a terra do malandro. É tudo no jeitinho. Fura-se fila de banco, fura-se sinal vermelho e, pior, fura-se até olho de amigo, como já nos evidenciou o poeta Roberto de Souza Rocha, mais conhecido como Latino. É um fura-fura que deixa um tico-tico no fubá no chinelo. E, na terra da boêmia, o bom malandro não mora no morro, está em grandes latifundiários contabilizando votos em troca de migalhas. Em tempo: aquele que se acha esperto, é sempre passado para trás.

A situação é tão grave, amigo leitor, que se gritar pega ladrão, meu irmão, só fica mesmo o Garibaldi Alves. Senador com consciência tranquila? Que nada. Com 87 anos, ninguém escuta mais coisa nenhuma. E assim o leite das tetas do Governo segue correndo, alimentando os filhos da Zona... Todos filhos da proprietária. Desculpe-me pela revolta. Deve ser intolerância à lactose.



Texto publicado na coluna “Devaneios” do jornal Sem Censura em 9 de agosto de 2011.

4 comentários:

  1. Me ensina a ser inteligente? Hahah

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  2. Exagero, a gente vê por aqui... :D

    Adoro seu trabalho, você sabe. De qualquer forma, obrigado, Lô!

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  3. Parabéns! Coluna com trilha sonora é tendência!
    Beijos

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  4. Andei sabendo em minha última viagem a Paris... Grato.

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