terça-feira, 12 de junho de 2012

Um namoro para hoje

Senhorita Nicolete e eu. Te amo, Potchoco!
No Carnaval, brotam da terra solteiros fazendo piadinhas com quem namora alguém. É o tipo de gente que adora soltar algum comentário cretino por, teoricamente, estar livre e desimpedido para encher a cara e pegar a pessoa mais escrota da folia. Pois chegou a hora da desforra, comprometidos.

Hoje os engraçadinhos sumiram. Talvez seja vergonha, pelo fato de andarem fora da nova tendência da estação, que recomenda o uso de cobertores de orelha em casa ou na rua. Nos diz a Bíblia: “Bem-aventurados os que podem andar agasalhados, porque deles é o reino do sofá”. Ou quase isso. O fato é que namorar está na moda.

Mas tem que ser namoro sério, daquele com planejamento. Nem que seja pro fim de semana, o que for. Namorar sem perspectiva é como ficar numa balada. Você até troca uma ideia e uma saliva, mas não sabe se no outro dia realmente vai ter alguém do seu lado pra dividir o café da manhã e os problemas. Ou se vai ter alguém com que possa disputar quem desliga o telefone primeiro. Simplesmente, não dá.

É por isso que, quando namoro, é pra casar. Sempre tive esta postura. Sempre. Foi assim com as minhas cento e trinta e duas namoradas. Mas relacionamentos nem sempre dão certo, como bem se pode ver... O.k., não tive tantos relacionamentos amorosos e casamento, para mim, era tabu. Mas sabe quando o problema não são as outras pessoas, o problema é você? Pois é, aqui o problema eram as outras pessoas mesmo... Faltava encontrar aquele certo alguém que desperta o sentimento. Encontrei. Agora me pego volta e meia esquematizando esta coisa antiquada de filhos, casa com cachorro no quintal. Um “felizes para sempre” suburbano. Planejamento, é preciso planejamento!

Acredito que a melhor parte do namoro é a parceria. É ter a certeza de que alguém estará sóbrio para dirigir o carro depois da festa. É ter ao lado uma pessoa que pergunte como foi o seu dia, todo o dia. É poder dividir a raiva na hora em que o despertador toca às 6h30min. É poder dividir a alegria na hora em que você se lembra que é domingo. É saber que mais alguém está fulo da vida por você ter que trabalhar outra vez naquele feriado santo dos tapetes. Todo ano.

Namorar jornalista não é fácil. Geralmente estamos sem tempo pra ter tempo. A Polícia Militar te liga de madrugada. A Páscoa em família é interrompida por desastres aéreos. As folgas são escassas. As férias não têm previsão. Não há muito dinheiro pra sair e, quando se consegue pegar a estrada, sempre existe a possibilidade de algum criminoso decidir matar alguém em pleno fim de semana – que deselegante! Por aguentar tudo isso, congratulo a companheira que eu amo, a minha amiga e a minha amante. Todas as três. E antes que algum desavisado imagine bobagem, explico: a minha namorada é como a Santíssima Trindade. É três em um, a danada.

Se você ainda está solteiro por opção – dos outros –, imagino que adoraria ter um namoro para hoje. Mas não force a barra. Até porque é como dizem: o segredo é não correr atrás das borboletas. É embriagá-las. Ou quase isso.

PS: Agora, com vocês, Legião Urbana:



Texto publicado na coluna “Devaneios” do jornal Sem Censura em 12 de junho de 2012.

2 comentários:

  1. Oi meu amor! Você é o melhor namorado do mundo, ser jornalista é um mero detalhe....heheheh
    Te amo Potchoco, amei, amei a coluna. Me sinto super completa por ter vc na minha vida.

    Beijos das três Milas

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  2. me sinto honrado em seu seu amigo, você é o cara!!! te admiro, mestre!!! forte abraço, daqueles bem apertado!!! sds.

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